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Sete em cada 10 brasileiros estão cobertos pelo Regime
Geral da Previdência Social (72,5% da população).
São mais de 52 milhões de contribuintes e 32 milhões de
aposentados e pensionistas.
Enquanto o governo federal elabora a proposta de Reforma
Previdenciária, que deve enviar ao Congresso Nacional no
segundo semestre deste ano, o assunto já gera debates na
Câmara. Nesta quarta-feira (13), os problemas da
Previdência Social brasileira foram discutidos na Comissão
dos Direitos da Pessoa Idosa, da Câmara dos Deputados.
O representante do Tribunal de Contas da União (TCU) na
audiência pública, Fábio Granja, disse que o saldo da
Previdência é negativo em quase R$ 86 bilhões. E que a
tendência é piorar, já que a população vive cada vez mais e
tem menos filhos.
Ou seja, segundo ele, se não houver mudanças, a partir de
2024 não haverá trabalhadores na ativa, contribuindo para o
sistema, suficientes para bancar os benefícios dos
aposentados. "É uma crise anunciada", destaca o
representante do TCU.
Idade média de aposentadoria
Por isso, ao debater mudanças na lei, é preciso levar em
conta alguns problemas que existem hoje. Por exemplo, a
idade em que os brasileiros podem se aposentar.
Atualmente, a média de idade de quem se aposenta por
tempo de contribuição é 54 anos e meio, segundo dados do
governo.
E para Fábio Granja, isso causa impacto nas contas: "O
Brasil é um dos poucos países que ainda tem aposentadoria
por tempo de contribuição sem nenhum tipo de controle de
idade. Na informação que nós temos, só existem três outros
países que têm o mesmo tipo de aposentadoria: Irã, Iraque
e Equador".
Auditor contesta TCU
O representante da Associação Nacional de Auditores Fiscais
da Receita Federal, Vilson Romero, contesta que estabelecer
uma idade mínima seja uma solução, porque, segundo ele,
menos de 17% das aposentadorias são precoces.
Também discorda de que a Previdência esteja no vermelho.
Para ele, na hora de fazer contas, é preciso levar em conta o
orçamento da Seguridade Social como um todo, não só da
Previdência. Sob esse ponto de vista, teria sobrado R$ 24
bilhões no ano passado.
Independentemente de números, ele pede que os
parlamentares sejam sensíveis ao avaliar as propostas de
mudanças que estão por vir. "Nenhuma reforma da
Previdência, em momento algum, veio para melhorar a vida
do trabalhador, do aposentado, do cidadão em geral. Sempre
veio para reduzir, para restringir, inclusive a qualidade de
vida do cidadão ao fim da sua vida laborativa. Portanto
temos que ter isso com clareza para não vermos somente
sob o ponto de vista das mudanças paramétricas. Estamos
lidando com vidas."
Fonte: Agência Câmara