Notícias

18/08/2015 - Ultimas Noticias
Trabalho

Utilização fora do
expediente pode
gerar hora extra e
mau uso também
rende demissão.
Não é de hoje que empresas e serviços têm acesso
a diversos dados dos usuários, mas foi só com a
denúncia de uma assinante da NET que acusou um
funcionário de assédio via WhatsApp que as
pessoas perceberam o quanto invasivo e prejudicial
a utilização de serviços de comunicação pode ser.
Nos últimos tempos, o WhatsApp mudou a forma
das pessoas se comunicarem e tem sido causa de
diversos problemas, principalmente em ambientes
de trabalho. Não é difícil encontrar casos em que
funcionários acusam os empregadores de abuso,
seja físico ou moral.
A advogada de direito trabalhista e digital Viviana
Callegari relata o caso de uma emprega que foi
assediada moralmente pelos chefes, tudo por
conta do serviço de mensagens.
— A empregada tirou fotos suas e de colegas
durante o horário de almoço, postando-as em
redes sociais e compartilhando em grupos do
WhatsApp. Havia uma regra de não
compartilhamento de fotos que expusessem a
empresa, de modo que o chefe dessa pessoa, ao
perceber o ocorrido, convocou todos os
empregados e, na frente de todos, puniu a
empregada. Ainda que houvesse a regra, a empresa
não poderia expor a empregada ao ridículo, o que
gerou indenização em razão de assédio moral.
A advogada também conta outro caso similar: uma
funcionária que era perseguida pelo chefe no
WhatsApp, tanto em horário de trabalho como fora
dele. Além de enviar diversas mensagens, ele
constrangia a funcionária com comentários
inadequados em redes sociais. O resultado? O
chefe teve de pagar uma indenização por danos
morais no valor de R$ 5 mil.
Justiça de SP utiliza WhatsApp para agilizar
processos
O número de empresas e empregadores que
acionam os funcionários via aplicativos de
mensagens tem aumentado bastante, o que
também afeta o volume de trabalho dos
profissionais fora do expediente.
Mas, engana-se quem acha que esse trabalho extra
não deve ser remunerado.
— É muito comum que empregados sejam
acionados fora dos horários de expediente via
WhatsApp para resolverem problemas relativos ao
empregador. Os “prints” dessas conversas servem
de prova em processos trabalhistas, sendo que esse
tempo de conversa entre empregado e
empregador, fora do horário de trabalho, pode ser
caracterizado como “horas extras”.
Empregado também corre risco
Para casos de demissão, o WhatsApp pode ser
motivo se o uso dele for excessivo e resultar em
prejuízos ao empregador, como explica Viviana.
— O mau uso do aplicativo pode desconcentrar o
empregado em relação ao seu trabalho e, dessa
maneira, afetar sua produtividade. Se o
empregador detectar tal situação poderá advertir o
empregado, suspendê-lo e, em caso de
persistência, demiti-lo. Deve-se também observar a
linguagem que se utiliza, para evitar o assédio, bem
como o tempo, evitando-se a utilização fora do
horário de trabalho, para que não haja excessos.
Um bom treinamento é muito recomendável
nesses casos.
Veja algumas dicas de como ter um uso saudável
do WhatsApp:
1 - Tenha profissionalismo
É inegável que o WhatsApp facilite a comunicação,
mas dentro do local de trabalho é necessário que a
utilização do aplicativo seja de forma estritamente
profissional. Os termos utilizados também devem
ser observados, para que as mensagens não sejam
inadequadas e ofensivas.
2 - Conheça sua empresa
Saiba a política da empresa sobre redes sociais e
uso de celulares. Caso seja permitido, use com
parcimônia, de modo que a utilização do
smartphone não atrapalhe o trabalho.
3 - Entenda os meios de comunicação
Caso o principal meio de comunicação com a
empresa seja o WhatsApp ou algum outro
aplicativo que exija um celular compatível, não se
desespere caso o seu smartphone atual não seja o
ideal. É de responsabilidade da empresa te
fornecer um para efetuar a comunicação.
4 - Precaução
Se o celular que você usa é da empresa, então
tome ainda mais cuidado. Todo o conteúdo gerado
e enviado do aparelho é passível de ser examinado
pela empresa.
(Fonte: R7)