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Membros do governo Temer vêm testando algumas ideias
que podem entrar na proposta de reforma
Sem uma proposta fechada para a reforma da Previdência, o
governo do presidente interino Michel Temer vem testando
algumas ideias em declarações de ministros e membros da
equipe econômica. Mudanças no modelo previdenciário estão
entre as mais importantes para segurar o déficit público no
longo prazo. Para este ano, o rombo é calculado em R$
133,6 bilhões, valor que pode chegar a R$ 178 bilhões já em
2018 se não houver mudanças.
Em linhas gerais, a reforma deve fazer com que os
contribuintes atrasem as aposentadorias, diminuindo o
tempo que receberão o benefício. Hoje, o brasileiro se
aposenta, em média, com 57,5 anos, contra uma média de
64,2 anos nos países membros da Organização para a
Cooperação e Desenvolvimento Desenvolvimento Econômico
(OCDE), que reúne as economias desenvolvidas e
emergentes como Coreia e México.
Veja abaixo as mudanças que o governo pensa em propor:
Idade mínima
É quase um consenso entre especialistas que a idade mínima
deve ser um critério para a obtenção da aposentadoria. Isso
provavelmente enterraria a regra 85/95, mas é possível que
seja mantido o fator previdenciário para o cálculo dos
benefícios. O mais provável é que seja uma idade de 65 anos
para homens e algo entre 60 e 65 anos para as mulheres.
Com isso, seriam evitados os benefícios precoces, comuns
entre quem escolhe se aposentar por tempo de contribuição.
Tratamento entre homens e mulheres
Atualmente, as mulheres podem se aposentar cinco anos
antes dos homens, optando pelo sistema por idade ou por
contribuição. A reforma deve fazer com que essa diferença
se reduza, podendo até ser zerada no longo prazo. Um dos
argumentos é que a longevidade das mulheres é maior, o
que inviabiliza a concessão de benefícios com menos tempo
de contribuição.
Regra de transição
Será necessária uma regra de transição para quem já está
perto da aposentadoria pelos critérios atuais. Essa é uma
maneira de tornar a reforma mais palatável para o
Congresso e mais justa com quem já está planejando os
últimos anos de trabalho. A regra deve acrescentar alguns
anos de trabalho a quem já está na ativa.
Setor público
Uma reforma ideal deve fazer com que convirjam as regras
dos setores público e privado. Hoje, quem entra no setor
público já tem o mesmo teto de benefício que no INSS, mas
a idade mínima para aposentadorias por tempo de serviço é
de 60 anos para homens e 55 para mulheres. Mudar o INSS
sem alterar as regras do setor público manteria um
tratamento desigual sem justificativa.
Exceções
Ao tocar no tema do sistema único, o governo pode
acrescentar na reforma exceções, como militares, policiais
militares e professores. Estes são alguns dos grupos que têm
regras mais leves para conseguir uma aposentadoria, com
tempo de contribuição menor, por exemplo.
Aposentadoria rural
Considerada um benefício social, a aposentadoria rural
também deve entrar na reforma. O governo pode exigir uma
contribuição previdenciária maior de produtores rurais e
endurecer as regras para a concessão dos benefícios, com
recolhimento em nome do trabalhador (hoje é a empresa
que compra a produção a responsável pelo pagamento ao
INSS) e cobrança de empresas do agronegócio que
exportam.
Fonte: Gazeta do Povo